Os estudantes brasileiros vão contar com novo incentivo para formação e profissionalização. Isso porque o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, lançou na terça-feira (12) o plano de expansão da rede federal de ensino técnico, com a criação de 100 novos campi de institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs).
Mato Grosso do Sul foi contemplado com duas novas unidades. Serão 140 mil novas vagas em cursos técnicos integrados ao ensino médio, com novas unidades em todos os Estados do país.
Serão investidos R$ 3,9 bilhões em obras nos institutos federais, por meio do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Desse total, R$ 2,5 bilhões são para instalação de novos campi e R$ 1,4 bilhão para melhorias em unidades já existentes, como a construção de refeitórios, ginásios, bibliotecas, salas de aula e aquisição de equipamentos.
Para o vice-governador José Carlos Barbosa, o Barbosinha, que esteve na cerimônia representando o Governo do Mato Grosso do Sul, ‘a iniciativa vem ao encontro da construção do estado que queremos’. Barbosinha agradeceu o apoio da bancada Federal (deputados e senadores), ao Governo do Estado e a todos os professores integrantes da reitoria do IFMS (Instituto Federal de MS).
“Somente por intermédio da educação é possível elevar a qualidade de vida, preparando as bases para o futuro. Eu lecionei por mais de 10 anos nos cursos de direito na Unigran e da UFGD. O amor a educação é causa fundamental para o processo de desenvolvimento do nosso Estado, porque não há que se falar em prosperidade com as pessoas sendo deixadas para trás e a educação é fundamental nesse processo. Hoje Mato Grosso do Sul possui campi em dez municípios e vai expandir para mais dois, sendo Paranaíba e Amambai. A expansão é um fator de extrema importância a partir do momento em que leva o ensino a novos espaços e regiões, melhorando a vida da população sul-mato-grossense”, afirmou.
Os municípios que possuem campi no Estado são Aquidauana, Campo Grande, Corumbá, Coxim, Dourados, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Ponta Porã e Três Lagoas. As duas novas unidades foram indicadas, no caso de Paranaíba, devido à localização geográfica – pois está muito distante dos campi existentes, bem como por registar uma das maiores taxas de crescimento populacional (24%), devido ao avanço da indústria de papel e celulose.
Já Amambai, pela necessidade de promover o desenvolvimento dos municípios com os menores IDH (Índices de Desenvolvimento Humano) e baixos PIB per capita, como os da região extremo Sul do Estado.
A expansão da rede foi anunciada por Lula em dezembro de 2023, durante participação na Conferência Nacional de Juventude. Os institutos federais são instituições especializadas na educação profissional e tecnológica, oferecendo também educação básica e superior.
Os cursos são gratuitos. O objetivo do governo é aumentar a oferta de vagas na educação profissional e tecnológica e criar oportunidades para jovens e adultos, especialmente os mais vulneráveis.
“É com base no investimento na educação que a gente pode ter a certeza de que esse país vai chegar a ser um país de primeiro mundo, um país desenvolvido, um país de uma sociedade composta pela grande maioria de gente de classe média. Porque nós não fizemos opção para ser pobre. Aliás, ninguém gosta de ser pobre, ninguém gosta de se vestir mal, ninguém gosta de comer mal, ninguém gosta de morar mal, ou seja, todos nós nascemos para ter acesso a tudo aquilo que a gente produz”, disse Lula, durante a cerimônia no Palácio do Planalto.
“Então, quando a gente fala em investimento em educação é porque uma profissão dá a um homem e a uma mulher um estado de cidadania que sem educação a gente não conquista”, acrescentou o presidente, destacando ainda a importância da formação profissional para as mulheres, especialmente aquelas que vivem em contexto de violência doméstica.
“A coisa mais importante na educação é que, a mulher tendo uma profissão, ela vai ter um espaço de disputar trabalho no mercado, fora de casa. Porque a mulher não nasceu só para fazer trabalho doméstico, a mulher nasceu para fazer o que ela quiser fazer e trabalhar fora de casa é uma oportunidade”, disse Lula. “Quando a mulher tem uma profissão, quando ela tem um salário e pode custear a vida dela, ela não vai viver com nenhum homem que não goste dela, ela não vai viver por necessidade, por dependência”, ressaltou o presidente.
O ministro da Educação, Camilo Santana, explicou os critérios de escolha dos municípios que serão atendidos com os novos campi. “Primeiro, olhar para os vazios demográficos, olhar a proporção de matrícula de ensino técnico ofertado também em cada estado e olhar o número de institutos por população em cada estado”, disse.
O Nordeste é a região que receberá o maior número de novos IFs: serão 38 campi nos nove estados. O Sudeste aparece na sequência com 27 novos campi, seguido da Região Sul, com 13; do Norte, com 12; e do Centro-Oeste, com dez. Entre os estados, São Paulo é o mais beneficiado, com 12 novos campi. Minas Gerais e Bahia terão oito unidades, cada. Na sequência, aparecem Pernambuco, Ceará e Rio de Janeiro, com seis, cada, e Paraná, Rio Grande do Sul e Pará, cada um com cinco.
De acordo com o governo, até 2002, o Brasil tinha 140 escolas técnicas. Em 2008, em seu segundo mandato, Lula sancionou a Lei nº 11.892/2008, que institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e criou 38 institutos federais.
A Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica é formada pelos IFs, por dois centros federais de Educação Tecnológica (Cefets), escolas técnicas vinculadas às universidades federais, pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná e pelo Colégio Pedro II. Cada uma destas instituições é composta por campi que atuam como unidades descentralizadas de ensino, dessa forma, o ensino dos IFs chega a mais locais.
Atualmente, a rede possui 682 unidades e mais de 1,5 milhão de matrículas. Com os novos 100 campi, passará a contar com 782 unidades, sendo 702 campi de IFs.
Diana Gaúna, Comunicação Vice-governadoria
*com informações da Agência Brasil
Fotos: João Garrigó